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As farmácias que possuem um mix mais adequado, as que têm um trabalho mais forte de não medicamento, as que estão com um layout mais moderno, tendem a melhorar o seu negócio e, por consequência, pressionar a concorrência - Santa Cruz

Atualmente, o País abriga cerca de 90 mil farmácias e drogarias. Esse total leva em consideração filiais de grandes, médias e pequenas redes, estabelecimentos independentes e franquias. 

Segundo revela o CEO da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto, de acordo com a IQVIA, nos últimos 24 meses foram abertos 18.176 novos estabelecimentos, totalizando 91.087 ao final de 2022. Na Abrafarma não foi diferente, as redes associadas mais uma vez incrementaram o número de pontos de venda (PDVs). As 29 maiores empresas do varejo farmacêutico somam agora 9.645 lojas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, incremento de 7,12% em relação ao ano anterior, e 1.548 lojas novas em dois anos.

Nos últimos dois anos 5.125 lojas foram fechadas, a maioria (4.142) de farmácias independentes, seguida por 601 de outras redes. Na Abrafarma, o percentual de fechamentos limita-se a 1% do total de lojas em funcionamento, ou 192 lojas em dois anos. “Esse dado reforça o trabalho assertivo das maiores redes do País, cujos planos de abertura de unidades levam em conta minuciosas avaliações do potencial de cada região e do público consumidor no entorno”, diz Mena Barreto.

Na Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) houve um aumento, nos últimos cinco anos, de mais de 12 mil farmácias, o que tem, claramente, um impacto concorrencial, pois se tem mais lojas em todas as regiões, o que aumenta de forma significativa, a concorrência.

Mas, segundo pontua o presidente da Febrafar, Edison Tamáscia, o que de fato tende a aumentar a concorrência é a profissionalização e a mudança do modelo. “Então, as farmácias que possuem um mix mais adequado, as farmácias que têm um trabalho mais forte de não medicamento, as que estão com um layout mais moderno, tendem a melhorar o seu negócio e, por consequência, pressionar a concorrência. E não são apenas as redes, mas as que estão mais estruturadas nos últimos anos.”

Mena Barreto complementa: “Não é a abertura de lojas que acirra a concorrência, pois o que acontece na maioria das vezes é a instalação de estabelecimentos pequenos, de modelo insustentável em médio prazo, daí a alta taxa de mortalidade desse tipo de farmácia. O que torna o mercado mais competitivo é a abertura de lojas de boa qualidade.”
 
Quer abrir uma filial? Principais diferenciais para se destacar diante da concorrência

Em primeiro lugar, cuidar do sortimento – quanto mais diversidade, mais longevidade – e da ruptura de estoques. Podemos juntar a esses dois elementos básicos, o investimento em marca, identificação do cliente, e uso intensivo da tecnologia para mapear a jornada do consumidor. Centralidade no cliente é o mantra numa época em que ele está cada vez mais conectado e consciente de suas necessidades.

Além disso:

  • Um bom programa de fidelidade;
  • Ter um bom mix;
  • Layout adequado;
  • Uma perfumaria bastante estruturada;
  • Boa gestão;
  • Investir na digitalização da farmácia de forma 360°;
  • Ter profissionais capacitados e treinados 

Fontes: Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) 

Saiba quando é o momento certo!

 

Qualquer um que deseja abrir uma filial, independentemente do tamanho, mas é preciso se preocupar com o fluxo financeiro desse processo, não se pode montar uma filial para sacrificar outra que já se tenha, não se pode montar uma nova loja achando que ela vai dar certo já no primeiro mês, e quando isso não acontece, sacrifica-se o outro estabelecimento. 

Assim, de acordo com o CEO da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto, o processo para abertura de uma nova farmácia tem de passar por uma análise profunda, um processo que precisa de estudo do fluxo financeiro, que tenha capital e que se tenha estrutura operacional para tocar esse negócio.

“Neste setor, o crescimento é orgânico, então está no DNA das redes o investimento em capilaridade. A decisão de expandir vai ao encontro de uma série de análises prévias que apontam o potencial daquela localidade. Costumo dizer que ainda há grande espaço para crescimento, pois no lugar de uma farmácia antiquada e mal gerida, cabe sempre um estabelecimento maior, mais moderno e com uma proposta de valor clara para os clientes. O crescimento está se acelerando em cidades menores. Antigamente, dizia-se: ‘farmácia boa é ao lado de um hospital’, ‘padarias e centros comerciais ao redor fazem toda a diferença’ ou ‘farmácia é no sentido centro-bairro’. Sem querer desmerecer o conhecimento acumulado, o famoso ‘feeling’, deve-se acrescentar a ele dados… muitos dados. Não existe crescimento empírico hoje em dia. Tomar decisões baseadas em dados é de fundamental importância para nortear os projetos de expansão e tornar esse crescimento realmente sustentável.”

Já o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, acredita que a hora de abrir uma filial seja algo intuitivo. “Tem dinheiro no caixa, quer crescer, tem estrutura para crescer, vai lá e monta uma filial, não tem dinheiro, não monta. Tem dinheiro, mas não tem estrutura, não monta. É preciso saber a disposição do empresário primeiro e depois analisar pontos estratégicos. Se tem processo, metodologia, estrutura para montá-la e tratar da mesma forma, esse é o melhor momento e são vários os pontos positivos relacionados a crescimento e ganhos. Mas, sem estrutura, pode-se comprometer o negócio antigo e o novo.

Tamascia diz que realizar pesquisas de mercado seria ótimo, mas fazer uma pesquisa sozinho é muito difícil, por causa da estrutura necessária. “Quando você está em um associativismo, ele irá ajudar, pois geralmente dispõe de ferramentas de geolocalização, de estrutura e metodologia para que se seja mais assertivo possível. Mas, é preciso que se tenha dados, como demográficos da região para ser assertivo na decisão.”​

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