Basta chegar o outono e as alergias e doenças respiratórias surgem com frequência devido ao tempo mais seco.
A pneumologista pela Universidade de Campinas (Unicamp), Membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e Membro da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), Dra. Flávia Oliveira Magro Cardoso, lembra que o tempo seco e a baixa umidade relativa do ar são fatores que contribuem para o aumento das alergias respiratórias devido também à alta concentração de poluentes na atmosfera. Com isso, há uma redução dos mecanismos de defesa do organismo, porque ele passa a precisar de mais energia para manter a temperatura do corpo, o que reduz a imunidade, facilitando a entrada de vírus e bactérias no organismo. “Outro fator importante é que com o frio temos acúmulo de muco nas vias aéreas, porém com dificuldade de transporte desse muco das vias aéreas inferiores para as superiores fazendo com que a proliferação de vírus e bactérias aumente com mais facilidade”, diz.
Segundo informa a especialista, durante os meses mais frios, a incidência das doenças de inverno, principalmente as respiratórias, aumentam cerca de 30% a 40%. A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) aponta que a asma e a rinite são as doenças mais prevalentes nas estações frias do ano. A asma atinge entre 10% e 25% da população brasileira; e a rinite, de acordo com o estudo Internacional Study of Asthma and Allergies (ISSAAC), compromete cerca de 26% crianças e 30% dos adolescentes.
O que é a rinite?
A rinite é uma doença crônica onde ocorre a inflamação da mucosa nasal com piora no inverno devido à uma maior exposição a agentes desencadeantes, como: poeira domiciliar, ácaros, fungos, pólen, poluição ambiental, entre outros. Os sintomas consistem em coriza, espirros, coceira no nariz e nos olhos. O tratamento na crise consiste em corticoide nasal, antialérgico e lavagem nasal com solução salina.
O que é a asma?
A asma é um espasmo muscular da musculatura dos brônquios que causa dificuldade de respirar, chiado e aperto no peito, respiração curta e rápida. Os sintomas pioram à noite e nas primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à exposição a alérgenos, à poluição ambiental e às mudanças climáticas. Desta maneira, a asma é causada por fatores alérgicos ou irritativos na via respiratória. O tratamento depende do quadro clínico e da frequência das crises e envolve uso de corticoides e broncodilatadores inalatórios, além de medicações por via oral.
O que é a sinusite?
A sinusite é uma inflamação nos seios da face que causa sintomas como dores de cabeça, dores na face, secreção nasal posterior amarelada e obstrução nasal. Alguns pacientes podem apresentar dor de cabeça, dor nos dentes superiores, tosse e febre. A sinusite viral é a mais frequente. O tratamento consiste no uso de descongestionante nasal, corticoide nasal e sistêmico, analgésicos, antialérgicos e antibióticos quando a causa é bacteriana.
O que é a bronquite?
A bronquite é um tipo de inflamação das vias respiratórias, mais especificamente dos brônquios, os responsáveis por conduzir o ar que entra pelo nariz até o pulmão. As causas da bronquite são diversas, sendo que essa condição pode ser desencadeada por um vírus ou uma bactéria.
O médico pneumologista, professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Dr. Adalberto Rubin, explica que para tratar alergias respiratórias o ideal é descobrir, primeiramente, a causa e elas podem ser: exposição ao mofo, ácaro, pólen ou até algum produto que a pessoa inale. “Tentar evitar essa exposição é a melhor maneira de prevenir, mas caso não seja possível, já que muitas destas substâncias estão no ambiente, existem os antialérgicos para auxiliar”, diz.
Os antialérgicos, diz o médico, também conhecidos como anti-histamínicos, são fármacos que bloqueiam a substância que atua em processos alérgicos. Um anti-histamínico é um medicamento que busca inibir a ação da histamina. Este último é um mediador químico secretado pelo corpo, especialmente no caso de reações alérgicas. Podem ser apresentados em comprimidos ou nas versões líquidas. “Existem ainda os antialérgicos por via inalatória, que evitam que a pessoa entre em crise e tenha sintomas, como no caso da rinite, da sinusite e da bronquite, que são as principais alergias respiratórias do outono”, detalha o Dr. Rubin.
Alívio dos sintomas
A unidade de consumo da Sanofi possui em seu portfólio o medicamento Allegra nas versões Allegra Adulto e Allegra Pediátrico. “O antialérgico é feito com moléculas de segunda geração, mais modernas e que não causam sono, sem atrapalhar a rotina do adulto e o desenvolvimento das crianças”, explica o diretor comercial em Consumer Healthcare na Sanofi, Silvio Silva.
As alergias implicam em coceira nos olhos, espirros e coriza, por isso, o shopper pode confundir os sintomas alérgicos com os da gripe. “Para que ele possa encontrar o tratamento adequado, é preciso que a categoria de alergia esteja separada de forma clara”, orienta.
Ela pode ser exposta com uma variedade de dosagem. “Buscamos sempre atender as necessidades do consumidor, proporcionando uma vida mais plena e saudável, então, para Allegra, já temos dosagens de 60 ml, 120 ml e 160 ml, além do Allegra Pediátrico, com 150 ml e variações entre seringa e copinho”, descreve Silva.
Já a Hypera possui uma grande variedade de produtos para alergias. As principais marcas são: Polaramine, Histamin e Desrinite. A Neo Química também possui as moléculas de Fexofenadina, Loratadina e Dexclorfeniramina.
A farmacêutica sugere que fiquem próximos aos descongestionantes, uma vez que gera a lembrança de compra ao shopper.
Por se tratar de uma categoria já conhecida, mesmo que em desenvolvimento, é recomendável dar prioridade visual às marcas com maior demanda, facilitando a identificação da categoria. É sugerido, ainda, mixar os anti-histamínicos junto aos tópicos.
Maior participação e relevância
O sócio-diretor da RPLLima Trade&Shopper Marketing e vice-presidente de Insights e Consultoria do Retail Farma Brasil, Rogério Lima, lembra que a categoria de alergias esteve, durante muitos anos, conectada a gripes e resfriados. Mas a partir de 2020, passou a ser tratada como uma categoria isolada, apesar de ainda “surfar” na sazonalidade de gripes e resfriados.
“É muito comum que o varejista, quando tem um pico sazonal, amplie o ponto natural da categoria alergias respiratórias, dando destaque, aumentando a participação dela na planta baixa. Se ficar acanhada no canto da loja será uma perda de oportunidade. Tem de ser destaque vísivel, para que o shopper consiga ver a categoria. Temos que provocar esse estímulo visual”, diz.
Pontos extras na farmácia podem ajudar nas vendas, como displays no balcão, exposição no caminho do checkout ou até mesmo uma ponta de gôndola de o mix dessa sazonalidade: gripe, resfriado e alergia.
Além do mix, a estratégia de marketing faz a diferença para o varejista, com ferramentas como tabloide, ação digital ou CRM.
“Outro pilar fundamental é o serviço, com equipes de loja bem preparadas para esclarecer as mínimas dúvidas sobre a categoria, como a diferença de crise alérgica de uma gripe.
O farmacêutico, principalmente por ser um profissional de saúde, tem que saber orientar o cliente que chega com esse sintoma. Tirar dúvidas sobre produtos que dão ou não sono. Existe um mínimo de dúvidas que o shopper traz sobre tratamento de alergia que ele tem que saber responder”, completa Lima.
Treinamento se faz algo fundamental para receber o shopper influenciado pela sazonalidade e que espera, na sua jornada no ponto de venda (PDV), sair de lá com suas dúvidas sanadas. A estratégia de atendimento fideliza e gera tráfego, torna aquela loja um porto seguro para o shopper.